O número zero é plural. Ora vejam: zero batatas, uma batata, duas batatas.
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"Amo-te", declara o desumidificador Julieta.
"Eu também", responde Romeu, o humidificador, "mas o nosso amor é..."
“De todos os electrodomésticos”, interrompe Julieta,”és o único que não me acha uma seca”.
“E de todos os aparelhos que já conheci, és a única não avaria perante tanto vapor de água”, confessa Romeu.
Julieta deixa escapar um suspiro – mas um suspiro para dentro, sorvendo o ar e alguma da humidade nele contida. "Mas as nossas famílias..."
“Nada disto aconteceria se as nossas casas fossem mais arejadas”, lamenta Romeu.
“Mas tudo o que a minha família quer é acabar com a humidade”, reclama Julieta.
“E os meus pais só pensam em criar atmosferas relaxantes, mesmo que para isso criem um ambiente propício ao desenvolvimento de bolores, mofo e fungos”, diz Romeu enquanto deixa soltar mais um pouco de vapor de água.
Julieta fica incomodada.
“É como se uma nuvem pairasse sobre nós”, diz.
“Sim, isso fui eu agora”, responde Romeu.
“Se ao menos fosse possível colocar uma esponja sobre este assunto”, protesta Julieta.
O humidificador Romeu e a desumidificadora Julieta ficam um instante em silêncio, aproveitando apenas a companhia um do outro e aquela sensação de conforto térmico que só se consegue com uma boa distribuição da humidade relativa.
“Meu amor, vamos fugir. Vamos para um lugar com ar condicionado”, propõe Romeu.
Mas a sua amada não responde. Convencido de que Julieta, o desumidificador, se tinha desligado da corrente, Romeu faz o mesmo e põe fim à sua vida. Mas Julieta estava apenas a hibernar, uma automatização do seu sistema, que, por defeito, a coloca em pausa sempre que a humidade do ar atinge os níveis ideais.
Horas depois, Julieta desperta e, confrontada com aquele trágico cenário, provoca a sua morte despejando sobre si própria a água absorvida durante todo o dia.
Ambos os electrodomésticos ainda estavam na garantia, mas ninguém sabia dos papéis.
"Eu também", responde Romeu, o humidificador, "mas o nosso amor é..."
“De todos os electrodomésticos”, interrompe Julieta,”és o único que não me acha uma seca”.
“E de todos os aparelhos que já conheci, és a única não avaria perante tanto vapor de água”, confessa Romeu.
Julieta deixa escapar um suspiro – mas um suspiro para dentro, sorvendo o ar e alguma da humidade nele contida. "Mas as nossas famílias..."
“Nada disto aconteceria se as nossas casas fossem mais arejadas”, lamenta Romeu.
“Mas tudo o que a minha família quer é acabar com a humidade”, reclama Julieta.
“E os meus pais só pensam em criar atmosferas relaxantes, mesmo que para isso criem um ambiente propício ao desenvolvimento de bolores, mofo e fungos”, diz Romeu enquanto deixa soltar mais um pouco de vapor de água.
Julieta fica incomodada.
“É como se uma nuvem pairasse sobre nós”, diz.
“Sim, isso fui eu agora”, responde Romeu.
“Se ao menos fosse possível colocar uma esponja sobre este assunto”, protesta Julieta.
O humidificador Romeu e a desumidificadora Julieta ficam um instante em silêncio, aproveitando apenas a companhia um do outro e aquela sensação de conforto térmico que só se consegue com uma boa distribuição da humidade relativa.
“Meu amor, vamos fugir. Vamos para um lugar com ar condicionado”, propõe Romeu.
Mas a sua amada não responde. Convencido de que Julieta, o desumidificador, se tinha desligado da corrente, Romeu faz o mesmo e põe fim à sua vida. Mas Julieta estava apenas a hibernar, uma automatização do seu sistema, que, por defeito, a coloca em pausa sempre que a humidade do ar atinge os níveis ideais.
Horas depois, Julieta desperta e, confrontada com aquele trágico cenário, provoca a sua morte despejando sobre si própria a água absorvida durante todo o dia.
Ambos os electrodomésticos ainda estavam na garantia, mas ninguém sabia dos papéis.
FIM
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