Mais um conto para não estar aborrecido nestes dias de verão. Vamos imaginar antes de ler o conto.Pensamos na pergunta e cada um de vocês inventa , depois podemos comparar com este , sim?
Como seria o mundo se todas as coisas se gastassem como os lápis, as borrachas e os sabonetes?
Imagina como seria se os dentes se
gastassem com o uso? Tínhamos de comer mais sopas e beber muitos sumos.
Nunca mais íamos roer as unhas ou trincar rebuçados.
Se os lábios ficassem mais pequenos de cada vez que os usássemos, deixávamos de assobiar.
Continuaríamos a fazer festinhas a gatos sabendo que, quanto mais festinhas, menos gato e menos mão íamos ter? Talvez sim.
E se todos os materiais amolecessem como as bolachas quando as deixamos de fora da lata?
Os carros tinham de ser todos guardados em garagens – e as viagens
tinham de ser muito curtas. Imagina um cavaleiro medieval, em pleno
campo de batalha, cheio de pressa porque o escudo e a espada podiam
esfarelar-se a qualquer momento.
E se o nosso corpo funcionasse como uma esponja? Depois de caminhar uns
minutos à chuva, começávamos a ficar pesados. E tínhamos de pedir às
pessoas para nos darem um abraço, para fazer a água escorrer para fora
dos poros.
Será que na realidade as pedras são moles, mas ficam tensas e rijas
quando lhes tocamos? Será que uma ilha, quando se vê desenhada num mapa,
fica ofendida? "Eu não sou nada assim!".
Imagina que o passar do tempo era como o vento? Nos momentos
aborrecidos, em que o tempo custa passar, sentia-se a brisa suave dos
segundos – “tic-tac, tic-tac”. Mas quando nos divertíamos, o tempo
passava tão depressa que nos despenteava.
Imagina como seria se os móveis suassem com o calor, se os sons tivessem cheiros ou se o Sol fizesse barulho.
Se chovesse de baixo para cima, em vez de chover de cima para baixo, os repuxos eram chuveiros e os chuveiros eram repuxos.
Imagina um mundo em que, sempre que enchemos um balão, não é o balão que
aumenta mas as outras coisas todas à sua volta que ficam mais pequenas.
FIM