Para os portugueses facilitamos a leitura com esta versão que esperamos sejam do vosso agrado.
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Deixo-o solto,
e vai para o prado, e acaricia levemente com o focinho, mal roçando, as florinhas róseas, azuis -
celestes e amarelas... Chamo-o docemente: “Platero”, e ele vem
até mim com um trote curto e alegre que parece rir .
Come o que lhe
dou. Gosta das tangerinas, das uvas moscatéis, dos figos roxos, com a sua
cristalina gotinha de mel...
É terno
e mimoso como um menino, como uma menina...; mas forte
e seco como
de pedra. Quando passo nele, aos
domingos, pelas últimas ruelas da
aldeia, os cam¬poneses, vestidos
de lavado e vagarosos, param a olhá-lo:
- Tem aço...
Tem aço. Aço e
prata de luar, ao mesmo tempo. (...)
Platero brinca
com Diana, a linda cadela branca que parece o quarto crescente; com a velha
cabra cinzenta, com as crianças...
Diana
salta, ágil e elegante, diante do burro, tocando ao de leve a campainha, e faz
que lhe morde o focinho. E Platero, pondo as orelhas em ponta, como dois
cornos, marra-lhe brandamente, e fá-la rolar na erva em flor.
A cabra vai ao
lado de Platero, roçando-se nas suas patas, puxando, com os den¬tes, a ponta
das espadanas da carga. Com uma cravina ou uma margarida na boca, põe-se na
frente dele, toca-lhe na testa, brinca,
e bale alegremente (...)
Entre
crianças, Platero é um brinquedo! Com que paciência sofre as suas loucuras!
Como caminha devagar, parando, fingindo-se pateta, para que elas não caiam!
Como as assusta, iniciando, de súbito, um trote falso!
Claras tardes
do Outono(...)! Quando o vento puro de Outubro afia os seus límpi¬dos rumores, ouve-se do vale um
alvoroço de balidos, de relinchos, de risos infan¬tis, de batidos e de
campainhas...
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