miércoles, 11 de febrero de 2015

O namoro

Estamos nos dias certos para falar do amor.
Conhecemos algumas tradições portuguesas como "os lenços de noivado, aquele lenço que a mulher bordaba para dar ao seu namorado. Se ele aceitar o amor da rapariga tinha que dar nas vistas colocando o lenço no bolso superior ou então no bolso das calças ou no pescoço. Isso era um sinal de compromiso.
A nossa tradição reza que haverá um sorteio entre rapazes e raparigas solteiras para propiciar os namoros.
Quisemos juntar estas duas tradições  e originou  isto:
Fizemos o sorteio e as raparigas punham ao seu namorado un lencinho pintado ao estilo do Minho.

Atividades de português

Este é o nosso "Cantinho dePortuguês" na escola.
Lá pomos algumas coisas que possam ser interessantes para todos os alunos da escola, estudem ou não português.
Os temas que trabalhamos nas duas turmas que, atualmente estudam esta língua.
Queremos partilhar com todos aqueles que abrem esta página as nossas atividades.


martes, 3 de febrero de 2015

Lenços de noivado

Aproxima-se o dia dos namorados e é o momento de conhecer esta bonita tradição da região do Minho.

Lenços de amor: juras, promessas e declarações à moda antiga

Os Lenços dos Namorados do Minho foram, nas gerações passadas, verdadeiros “anéis de noivado” que estabeleciam vínculos e transmitiam mensagens de amor. Alzira Inácio contou ao PÚBLICO a sua história.

Alzira Inácio é “minhota de gema”. Apaixonou-se por Joaquim Lopes em 1952, num tempo em que as raparigas, sobretudo da região Norte do país, ainda bordavam em quadrados de linho, com linhas coloridas, mensagens de amor e desenhos codificados. O Lenço de Namorados que Alzira bordou para Joaquim já atravessou oceanos e encontra-se novamente em sua posse. “Foi feito em ponto pé de flor e tinha as nossas iniciais bordadas a ponto cruz. Os desenhos eram uns raminhos fraquinhos porque eu sempre gostei de coisas simples”, conta.
Segundo Ana Catarina Mendes, antropóloga que estudou os Lenços de Amor do Museu Nacional de Etnologia, os símbolos mais recorrentes que encontramos nos Lenços estão directa ou indirectamente ligados ao seu tema chave: o amor. Corações, motivos florais, chaves, pássaros e ramos, como os que Alzira bordou, são alguns dos desenhos mais frequentes. “Encontramos também silvas que são adornos bordados em forma de cercadura que imitam motivos florais e são também utilizadas para as orlas dos lenços”.
Alzira tinha 17 anos e tinha namorado. Quando soube que Joaquim ia partir para o Brasil, comprou “um paninho” e começou a bordar.
Joaquim só voltou do Brasil em 1969. Nos 17 anos que estiveram separados pouco comunicaram a não ser por raras cartas. “Foi por Deus”, conta Alzira. Antes de Joaquim ter deixado o Minho, Alzira “despachou logo” o seu namorado. “Depois tive muitos pretendentes mas nenhum me agradava. Muitos até me vinham pedir ao meu pai em casamento mas eu não queria cá nada disso. Só com o que estava no Brasil”, recorda. Ficou à espera que Joaquim voltasse e diz que se não fosse ele não era mais nenhum: “Se ele não viesse, não casava”. 

Como anéis de noivado
Os lenços eram uma espécie de anéis de noivado”, conta Ana Catarina Mendes, na medida em que o seu uso por parte do homem significava aceitar o compromisso com a moça que o bordou. Eram uma declaração de amor que as “moças em idade casadoira” ofereciam como uma prenda entre namorados.
Os Lenços de Amor ou de Namorados têm como origem os lenços senhoris dos séculos XVII e XVIII e foram posteriormente adaptados pelas mulheres do povo. Numa primeira fase, começaram a ser usados como adereço do traje feminino passando mais tarde a peça integrante do enxoval que a moça começava a preparar na infância. “Entre lençóis e atoalhados era comum bordar-se um lenço subordinado ao tema do amor”, explica Ana Catarina, “depois de concluído era usado pela autora na bainha da saia ou no bolso do avental e mais tarde seria oferecido ao rapaz por ela escolhido. Este, por sua vez, para assumir publicamente o compromisso, usava-o por cima do casaco domingueiro, no bolso, ou ao pescoço”
O lenço que Alzira bordou não cumpriu estes rituais, porque foi terminado perto da data da partida de Joaquim. Mesmo quando a autora sabia escrever, muitas vezes fazia-o com base na oralidade produzindo versos como: “Quando te vejo meu bem/ Meu amor minha alegria/Alebio do pensamento/ Cando sera esse dia”, esclarece, Ana Catarina Mendes.
O lenço que Joaquim levou para o Brasil e trouxe consigo 17 anos depois mantém-se, ainda hoje, quase intacto. Com medo de o estragar, nunca o lavou. Em 1970, quando já ninguém esperava, Alzira e Joaquim casaram.
Nos últimos cinco anos, a “Adere – Minho”, Associação para o Desenvolvimento Regional do Minho vendeu mais de 2500 Lenços de Amor. Todos os Lenços certificados passam por esta associação e são oriundos de concelhos da região Norte como Ponte de Lima, Viana do Castelo, Barcelos, Braga ou Melgaço.